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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ESTUDO SOBRE A GRAÇA Texto & Textura A sociedade contemporânea e a Teologia da Graça


© Cre a tiv Stu dio Heinemann/Westend61/Corbis
 Discu tir o tema da graça, hoje, é entrar em rota de coli são com os rumos da soci e dade con tem po râ nea, pois sua essên cia, o mer cado, é jus ta mente o oposto da graça. Se a pro posta cristã se fun da menta na con vic ção de que a fé (sal va ção) “não vem de nós, mas é dom (=graça, gesto gra tuito) de Deus” (Ef 2.8), o mer cado se apóia na idéia de que tudo tem um preço e de que, por tanto, tudo pode ser valorizado/precificado, isto é, considerado/tornado mercadoria. 
Con si de rar a vida como mer ca do ria é a for mu la ção pelo avesso do valor vivido. Nesse con texto, anuncia-se o evan ge lho como mer ca do ria, o que repre senta o avesso do seu real “valor”. Essa representação/imagem inver tida do real, como em espe lho, é pre ci sa mente o pro duto de uma soci e dade espe ta­cu lar (do latim spe cu lum = espe lho). 
Ora, se o maior prin cí pio do evan ge lho é a graça, o da mer ca do ria é o preço. Daí que, para o evangelho-mercadoria, já não vigora mais o prin cí pio de que se deve “bus car pri meiro o reino de Deus e a sua jus tiça”, sem a pre o cu pa ção com as demais coi sas, uma vez essas seriam acres cen ta das natu ral mente como con­seqüên cia, (cf. regis tro evan gé lico da pre ga ção de Jesus no Ser mão do Monte em Mt 6). 
Ao con trá rio, os que pro fes sam o evan ge lho segundo o mer cado abrem mão da teo cra cia e da jus tiça evan gé li cas, pois sua busca essen cial se des loca do foco pro posto por Jesus de Nazaré, de tal forma que o que importa é bus car pri­meiro as demais coi sas. Quanto ao reino, este será acres cen tado, se de fato o for, como brinde adicional. 
Essa men ta li dade fica explí cita no tipo de apelo que se faz para moti var os fiéis-expectadores a assis ti rem a cer tos pro gra mas reli gi o sos espe ta cu la res: a cura para doen ças do corpo; a solu ção de con fli tos fami li a res; a obten ção de bens mate ri ais; a con quista de pos tos de tra ba lhos e luga res de pro e mi nên cia; etc. Todas essas “gra ças” podem ser adqui ri das a pre ços nada módi cos, con si­de rada a con tra par tida exi gida do fiel. Este se sub mete resig na da mente, pois já assimilou/introjetou a idéia de que tudo no mer cado exige uma cota de sacri fí­cios econô mi cos e simbólicos. 
Com esse pro pó sito são rea li za dos mui tos atos religiosos-com-efeito-civil nos quais são fir ma dos os contratos-de-compra-e-venda dos pro du tos da fé. Entre­tanto, não há entrega-garantida da mer ca do ria adqui rida, muito embora essa aqui si ção tenha sido feita com tanto sacri fí cio. A obten ção da “graça” ambi ci o­nada pelo fiel — a recu pe ra ção de certa enfer mi dade ou a solu ção de deter mi­na dos pro ble mas — depende de um fator muito sub je tivo, cujo ônus recai intei­ra mente sobre o fiel-consumidor, pois, segundo essa ide o lo gia, o resul tado depende do tama nho da fé deste. Em outras pala vras, a “garan tia” não é dada pelo for ne ce dor, mas dele gada ao pró prio consumidor. 
Se o fiel não obtém a cura espe rada, além da enfer mi dade, terá que supor tar o pejo de ser tido como uma pes soa sem fé, ou, pior, de ser con si de rado indigno da “graça” de Deus, que, segundo essa men ta li dade, não é abso lu ta mente de graça. É recor rente, entre os pre ga do res do evan ge lho segundo o mer cado, a pre ga ção de que “Deus não atende às nos sas ora ções se tiver mos alguma pen­dên cia com ele, se não esti ver mos qui tes com ele” (frase esta pro fe rida recor­ren te mente por Este vão Her nan des em seus pro gra mas tele vi si o na dos). Como se fosse pos sí vel alguém estar quite com Deus. 
A teo lo gia da graça evan gé lica — pre gada por Jesus de Nazaré e seus segui do­res, refor çada pelos dou to res e pais da Igreja, res ga tada pelos refor ma do res, pro ble ma ti zada e apre sen tada de forma desa fi a dora por teó lo gos con tem po râ­neos (tal como o fez Die trich Bonho ef fer) —, repe tindo, essa graça é hoje coop­tada e detur pada pela ide o lo gia glo ba li za dora do mer cado. Tal ide o lo gia se apro pria dos ter mos clás si cos da teo lo gia cristã, tais como o termo “graça”, de tal modo que tudo que lhe resta é o sig ni fi cante com ple ta mente esva zi ado do seu sig ni fi cado ori gi nal. 
Fazer teo lo gia evan gé lica na soci e dade con tem po râ nea é fazer a opção pela pros cri ção. Isso por que o mer cado é pró digo, isto é, gene roso e esban ja dor, quando se trata de exclu são, mas severo, sovina e “pão-duro”, quando se trata de inclu são. O mer cado é abso lu ta mente into le rante e inqui si to rial para com aque les que não pro fes sam a fé no seu DEU$

BREVE ESTUDO SOBRE A GRAÇA


No Antigo Testamento significa favor, especialmente na frase “achar graça” (Gênesis 6.8, etc.). No N.T. é aquele favor que o homem não merece, mas que Deus livremente lhe concede; algumas vezes é posta em contraste com a lei (Romanos 6.14); e também exprime a corrente de misericórdia divina, pela qual o homem é chamado, é salvo, é justificado, e habilitado para viver bem e achar isso suficiente para ele (Gálatas 1.15; Efésios 2.8; Romanos 3.24; 1Coríntios 15.10; 2Coríntios 12.9).

Graça é o poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade (Filipenses 2:13; 1Coríntios 1.4,5; 2Timóteo 1.9; Tiago 1.18; 2Coríntios 3.5; Hebreus 13.21; Isaías 26.12; Jeremias 10.23; Provérbios 16.9; 20.24; 1Coríntios 15.10).

Só a graça: Ensinavam os reformadores que o pecador é justificado unicamente pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Neste caso, a graça é o favor divino que o homem não merece, mas que, em sua soberania e bondade, Deus quer dar-lhe. A salvação é obra de Deus, não do homem. Paulo diz: "Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto [a salvação] não vem de vós, é dom de Deus; não [vem] de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2.8-9). Em outra Epístola, o apóstolo explica: "Se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça" (Romanos 11.6).

O homem estende a mão vazia para receber, não a mão cheia para oferecer. Não tem nada a oferecer em troca de sua salvação. Tampouco pode cooperar com a graça divina para salvar-se. Está morto em seus delitos e pecados. Somente se dispõe a receber o favor de Deus.

O conceito de só pela graça é um golpe mui severo ao orgulho humano. Aqui não há lugar para a auto-suficiência, nem para a arrogância do que pretende salvar-se a si mesmo e a outros, mesmo por meio de esforços que aos olhos da sociedade parecem mui nobres e heróicos. Deus é sempre “o Deus de toda a graça”(1Pedro 5.10). A salvação sempre foi, é e sempre será pela graça. Mas esta graça vem em plenitude na pessoa de Jesus Cristo (João 1.17). Cristo é o dom inefável de Deus ao mundo. O homem pode salvar-se em Cristo, não à parte de Cristo.

Como sabemos, Paulo diz claramente que havia um espinho em sua carne - um problema que não nos é revelado em que consistia - mas que, verdadeiramente, era a grande dificuldade da sua vida (2Coríntios 12.7). Paulo relata que pediu a Deus insistentemente para que o livrasse daquele mal, todavia a resposta veio na forma em que o Pregador aos Gentios não esperava: "A minha graça te basta..."

Ao lermos tal episódio, podemos ser levados a pensar que a resposta de Deus diante do sofrimento apostólico é pequena demais. Entretanto, no que era oferecido por nosso Pai estava o melhor que havia.

A Graça de Deus é um dos grandes temas da Bíblia. Somente quando paramos para avaliá-la, ainda que rapidamente, como este momento, podemos entender o profundo conteúdo das palavras que Paulo ouviu de Deus.

OBSERVE ALGUMAS DE SUAS CARACTERÍSTICAS:

a) É REPARTIDA LIVREMENTE: Salmo 84.11; Atos 11.23; 13.43.
b) DÁ PODER PARA O SERVIÇO: 1Coríntios 3.10; 15.10.
c) CAPACITA PARA VIVER A VIDA CRISTÃ: 2Coríntios 1.12.
d) É PROMETIDA AOS HUMILDES: 1Pedro 5.5.
e) É FONTE DE PODER: 2Timóteo 2.1.
f) É LARGAMENTE APLICADA EM NOSSA SALVAÇÃO: Atos 15.11; Romanos 3.24; Romanos 5.15; Romanos 11.6; Tito 2.11; 3.7.
g) É CHEIA DE RIQUEZAS: Efésios 1.7; 2.7; Filipenses 4.19; 1Timóteo 1.14.

Muitos outros versículos nos falam da maravilhosa graça que há em nosso Trino Deus. A consideração sincera acerca do conteúdo dos versículos ora mencionados deve nos levar a uma compreensão mais ampla do que o Senhor estava dizendo ao apóstolo que sofria seu espinho: o favor de Deus é infinitamente mais importante que qualquer anseio humano: "a Tua graça é melhor que a vida."
Certamente que muito sofremos nossas dores e cada um sabe do peso de sua cruz. A graça de Deus é, mais que um grande consolo, a resposta concreta à nossa fraqueza, vinda do coração de nosso amado Criador e Sustentador. Confiemos em Deus; vivamos da Sua graça.

SALVOS PELA GRAÇA

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé. Isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Efésios 2.8-10. 

Venho novamente falar sobre esses versos, porque eles são muito incompreendidos. Esses versos dizem claramente que:
• Somos salvos pela graça;
• A graça opera por meio da fé;
• A fé não vem de nós mesmos – ela é um dom;
• Não é através de obras que as pessoas são salvas. Por isso, ninguém pode ser orgulhoso quanto à sua salvação;
• Não fomos nós quem nos criamos, mas Deus;
• Somos criados em Cristo Jesus;
• Essa nova criação implica boas obras. A nova natureza que ganhamos quando somos salvos nos levará a fazer boas obras;
• Não escolhemos essas boas ações; Deus preparou-as antes mesmo que nós pudéssemos andar nelas.

Primeiro, a graça nos alcança porque Deus nos dá a fé para receber essa graça; somos, então, salvos. Não merecemos a nossa salvação; ela foi comprada por nós na cruz.

Se pudéssemos merecer a salvação pelas boas obras, Jesus não precisaria ter morrido – Deus poderia apenas ter enviado um homem que nos motivasse a praticar bons atos. Em vez disso, Ele propiciou um resgate pelo pecado. Nenhuma motivação ou boa obra pode restaurar nossa natureza caída ou livrar o homem da pena que ele merece. O sacrifício de Jesus – depois de recebido pelo homem – significa o início de uma nova natureza e de uma vida livre de culpa. Nós apenas recebemos esse perdão – não merecemos. Não contribuímos para a nossa salvação em nada.

Essa é a primeira metade da história! Uma vez salvos, precisamos produzir frutos. Não somos salvos para “adormecermos na luz”, mas para praticarmos “as boas obras que Deus preparou de antemão”. A vida cristã não existe sem as boas obras! As boas ações não nos colocam no céu, mas determinam o galardão que receberemos quando lá chegarmos! 1Coríntios 3.10-15.

Portanto somos salvos pela graça através da fé – que nos colocará no céu. Nossas boas obras praticadas sobre o fundamento – que é Jesus Cristo – em pureza e fidelidade nos garantirão as heranças celestiais. “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça”. Romanos 11:6

REFERÊNCIAS GERAIS SOBRE GRAÇA NO NOVO TESTAMENTO

Lucas 1:30; 2:40; 2:52. João 1:14; 1:16; 1:17; Atos 4:33; 7:10; 7:46; 13:43; 15:40; 18:27; 20:32; Romanos 1:5; 3:24; 4:16; 5:2; 5:16; 6:14; 11:5; 11:6; 12:6; 16:24; 1Coríntios 1:3; 1:4; 3:10; 15:10; 2Coríntios 6:1; 8:6-7; 8:9; 8:19; 9:8; 9:14; 12:9; Gálatas 1:3; 1:6; 1:15; 2:9; 2:21; 5:4; 6:18; Efésios 1:2; 1:6-7; 2:5; 2:7-8; 3:2; 3:7-8; 4:7; 4:29; 6:24; Filipenses 1:2; 1:7; 1:29; 4:23; Colossenses 1:2; 1:6; 4:18; 1Tessalonicenses 1:1; 5:28; 2Tessalonicenses 1:2; 1:12; 2:16; 3:18; 1Timóteo 1:2; 1:14; 6:21; 2Timóteo 1:2; 1:9; 2:1; 4:22; Tito 1:4; 2:11; 3:7; 3:15; Filemon 1:3; 1:25; Hebreus 2:9; 4:16; 12:15; 12:28; 13:9; 13:25; Tiago 4:6; 1Pedro 1:2; 1:10; 1:13.